ARTIGO | Cuidar do solo é uma decisão de longo prazo
10 de julho de 2025
Em uma agricultura cada vez mais pressionada por produtividade e tempo, a saúde do solo muitas vezes fica em segundo plano. Mas é exatamente ali, no que não se vê, que se define a continuidade de qualquer sistema produtivo. Solo não é só suporte. É uma estrutura viva, que responde ao manejo com resiliência (ou exaustão).
Na Goiasa, incorporamos essa consciência à prática. Nosso plano de cultivo foi desenvolvido com base nas particularidades do cerrado e no comportamento dos solos argilosos, sensíveis à compactação, à erosão e à perda de estrutura. Não se trata de uma solução única, mas de um conjunto articulado de decisões técnicas, tomadas com base em dados e com foco em resultados sustentáveis ao longo do tempo.
Começamos pela sistematização do terreno. Cada área passa por levantamento planialtimétrico, análise de declividade e estudo do escoamento da água. A partir disso, construímos terraços, vírgulas e realizamos subsolagem, promovendo infiltração e evitando o acúmulo de água em áreas críticas.
As correções químicas são feitas de forma pontual e georreferenciada, com calagem, gessagem e fosfatagem aplicadas de acordo com a necessidade real de cada camada do solo. Essa abordagem melhora o perfil nutricional da lavoura e reduz desperdícios de insumo.
No intervalo entre os ciclos de cana, entramos com plantas de cobertura. Espécies como crotalária, guandu, milheto e nabo forrageiro elevam a matéria orgânica, aumentam a biodiversidade e protegem o solo do impacto direto das chuvas e das altas temperaturas. O resultado é um solo mais estruturado, mais fértil e menos dependente de fertilizantes sintéticos.
Durante a colheita, aplicamos o controle de tráfego mecanizado. Com colhedoras de duas linhas e bitola larga, concentramos o trânsito de máquinas em faixas fixas, protegendo as entrelinhas e prolongando a vida da soqueira.
A adubação também segue esse rigor técnico. Usamos dados de produtividade e análise de solo para calibrar doses, respeitando a realidade de cada área. Onde há fertirrigação, complementamos com compostos orgânicos certificados, em conformidade com as exigências das certificações Bonsucro e RenovaBio.
Essas práticas têm metas bem definidas:
- Cobertura vegetal em 100% das áreas aptas entre as safras
- Redução contínua da compactação superficial
- Aumento da longevidade produtiva das áreas de cana
Tudo isso compõe um modelo agrícola pensado para durar. Porque cuidar do solo não é discurso. É decisão técnica, estratégica e responsável. É o tipo de compromisso que se renova a cada safra, mas se constrói com paciência.
Solo fértil não se impõe.
Se cultiva.
E isso leva tempo.
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